Determinadas cardiopatias congênitas necessitam de tratamento cirúrgico. O momento da intervenção varia conforme o diagnóstico e sua gravidade, podendo ocorrer logo após o nascimento, após meses ou anos. Alguns casos podem necessitar de duas ou mais abordagens ao longo da vida.

A cirurgia cardíaca é um motivo de estresse e insegurança para a família. Por isso, é importante o estabelecimento de um vínculo de confiança com o cardiopediatra, a fim de entender todo o processo, esclarecer todas as dúvidas e amenizar a ansiedade dos familiares.

Ao fim do procedimento cirúrgico, o paciente é encaminhado para a unidade de terapia intensiva com o objetivo de receber os cuidados de pós operatório imediato, sendo um período de muita instabilidade hemodinâmica que exige cuidados intensivos rigorosos.

O trauma cirúrgico e o uso de circulação extracorpórea geram uma grande resposta inflamatória no organismo, que atinge seu pico, geralmente, entre seis e doze horas de pós operatório. Este é o momento em que há maior risco de alterações cardiovasculares, como queda da pressão arterial sistêmica, da saturação de oxigênio e da diurese.

Outras complicações frequentes são sangramentos significativos e arritmias, os quais devem ser identificados e tratados imediatamente. Por isso, trata-se de uma fase que requer avaliação clínica e laboratorial contínuas, controle do débito urinário e dos drenos a cada hora e ajuste constante de drogas endovenosas.

Tendo em vista todos esses detalhes, é importante que os familiares estejam cientes de todas as possíveis intercorrências e de como ocorre o processo de recuperação. A supervisão e assistência por um cardiologista pediátrico com experiência em pós operatório de cirurgia cardíaca é crucial para o manejo clínico adequado, menor tempo de internação e melhor prognóstico do paciente.